Peça de teatro Segundo São Mateus

Peça de teatro Segundo São Mateus
Foi maravilhosa!!!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Escrever

 Mergulhar,
No profundo pélago,
Penetrar,
O âmago do ferro,
Sentir
O pincelar cortante da adaga.
Lamber,
As crespas ondas dos ventos.
Pisar,
Chamas de arame farpado.
Ouvir,
O crocitar das nuvens,
Cortar,
Os fiapos da noite,
Cochichar,
Com as pedras.
Saber que escrever
Nada e tudo.
Brota do fio irracional
Ou ainda
Cai dos astros,
Da poeira sábia,
Um murmúrio dos
Arbustos invisíveis,
E se transforma
Em cordões de palavras
Encarrilhados
Feito serpentes
A picar pensamentos,
A envenenar sentimentos,
A povoar mentes
E deixar reticentes...
Simples!!!
 bete cruz/25/07/2011
 

Pescando Palavras


Poetas lidam com palavras
Noite e dia!
São tantas palavras,
Pequenas e grandes,
Compridas e curtas,
Doces e salgadas,
Saborosas e cheirosas,
Amáveis e grosseiras,
Umas são alegres e simpáticas
Outras tristes e carrancudas

Quais escolher?
De que forma juntar todas?

Então procuro entre tantas
E escolho,
Talvez, não as certas
Mas àquelas que agradam
E escrevo.

Àquelas que por ora
Suprem a fome
E a sede de escrita.

Algumas ficam
Outras escapam
Não se encaixam
E logo se trocam
Por outras.

Que vão escorregando,
Se ajeitando
Deslizando,
A assim arrumando o verso
Do poema.
Bete Cruz/25/07/2011