Peça de teatro Segundo São Mateus

Peça de teatro Segundo São Mateus
Foi maravilhosa!!!

terça-feira, 29 de maio de 2012




Envolvimento


Brincadeira apenas,
Grande absorção.
Num repente sentia quase você.

Acorrentada, sem forças para prosseguir
sem rumo, sem direção.

Encontrava em chamas.

Que ardiam,
E começava a surgir, emergir, rasgar, encharcar.

Vivia uma paixão avassaladora,
devastadora, arrebatadora.

Começou pequeno
Insignificante
Mas foi tomando proporções imensuráveis.

Respingando cristalinamente
gotas que inebriavam
e impulsionavam a
realizar um querer a dois.

Fugir!!!!!!!!!!!!!

Sensação de paz, de sossego, de conforto.
Cada segundo como se fosse o último,
Porque nada é pouco, tudo é muito.
E paixões não são para sempre.

Ver, envolver e viver.

Bete Cruz

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Jeitos e Amores





Existem amores e amores
Amores voláteis e superficiais.
Amores eternos e sensuais.
Amores escondidos e marginais

Amores perenes e  cíclicos
Amores dóceis e animais,
Amores reais e virtuais.

Todos os tipos são amores
Tudo é amar, tudo é amor
Cada um ama de seu jeito...

O valor e a simplicidade
Do olhar, precisa-se valorizar.

Os aromas, os sabores, os sentires
de todos os amores são diversos e particulares.

Todas as formas de amar
são únicas e especiais,
procure perceber,  conhecer e ver.

O seu próprio jeito de amar
e procurar um outro similar
que irá valorizar da mesma forma:
o seu jeito da amar.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Por que limite na Infância?

         Hoje, navegando por uma rede social famosa no mundo inteiro, me deparei com umaa foto e também uma frase que dizia assim: "Se você se lembra disso... É porque não teve uma infância tãão boa assim!".
     Com isso, a minha indignção foi tão grande, que me obriguei a desabafar lá e estou também escrevendo aqui, para que a mesma fique registrada mais perto dos meus olhos.
    A postagem falava da varinha de marmelo, das fivelas de cintos, de mangueiras, de fios de telefone, entre outros instrumentos de tortura utilizados por alguns pais para educar seus filhos.
     Não resta dúvida que eram agressões feitas às crianças, mas eles tinham lá suas razões. Isto não está em discussão.
     É certo também que na minha infância  apanhei muito, mas também brinquei muito, joguei bolinha de gudi, joguei bola em campinho com muita poeira, fiz todo tipo de esporte, brincava na rua até às 22 horas no verão, andava de balanço no tanque, na volta da escola, li a coleção inteirinha dos "Contos da Carochinha", li os gibis do Disney, li Mandraque, no espelho; tirinhas de Mafalda e me considero, por tudo isso, viver uma infância privilegiada.
     Meus pais eram presentes,  me cobravam as tarefas, as tabuadas, problemas do cotidiano e todo o tipo de desafios matemáticos. Minha mãe me contava histórias de Monteiro Lobato e meu pai se fazia de cavalinho para os seis filhos, fazia cócegas até a gente chorar de tanto rir.
     Tive todos os tipos de experiências agradáveis e desagradáveis. Enxerguei o mundo através dos olhos dos meus pais, fui obediente, mas nem por isso deixei de construir meu mundo especial. Penso, que por isso hoje me sinto uma pessoa feliz, realizada em todos os aspectos.
     Da mesma forma, eduquei as minhas filhas com os valores que fui criada e elas me ouviram e também são pessoas felizes. Cada uma do seu jeito, especial, são meu orgulho.
     Ah! O mais importante, também apanharam muito, de chinelo e da própria vida. Cresceram e são amorosas e souberam educar seus filhos com limites e amor.
     Hoje a juventude está precisando de limites, pois falta educação, responsabilidade e compromisso para com suas tarefas. Os pais de hoje omitem essa responsabilidade e passam para a escola que não dá conta e acontece o que acontece nas grandes cidades. 
     A família há que ser resgatadas e juntamente com elas os valores morais e os bons costumes, para que possamos ter uma sociedade que prime por isso e governantes dignos. Dessa forma podemos ver um melhor futuro para as próximas gerações.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Mundo-Caos


 
Emaranhado de gente
Torpe.

Em meio a coisas
Lânguidas.

Envolto em lágrimas
Cálidas e escárnios torturantes. 

Labores árduos e causticantes,
Salários míseros e insuficientes. 

Amigos pasmos,
Choros cortantes e soluços ensurdecedores. 

Buscam brechas lúgubres. 
Encontram nada.

Ou ventres podres
Em cadáveres fétidos. 

Acompanham cortejos fúnebres.
bete cruz

Nós

 Corpos lívidos
Deitam
Olhares perdidos
Brilho opaco.
Olhos pingam
Lágrimas engessadas,
Rompem o concreto
Árido do tempo.
O imaginário submerso,
Profundezas do mergulho cortante
Vidros fremem,
Corta matizes, adorno inválido.
Sossego borda o sentido,
Guia
E descortina o fulgor do espaço.
Com um rugido
Fura o silêncio da noite.
A seu dispor
Canto palavras
Falo cantos,
Um deslizar constante
Abismo interior.
O mistério,
A procura,
O encontro,
Nos devaneios do prazer.
bete cruz

Espelho

Olhar,
Pedra bruta pontiaguda
Fere a luz ofuscante
Destemida.
Olhar,
Busca a âncora metálica
No canto tosco
Do alpendre.
 Olhar,
Reside e sucumbe
Num ritmo, corre inesperado
Pousa na bruma
Encerra o alvo.
bete cruz

Sinfonia


Na orquestra os músicos tecem um cenário
Em tons violeta.
No meio do silêncio e na ausência,
No espaço quase infinito, uma busca.
No meio do nada um encontro.
Nos giros longos e sem dimensão,
Corpos voam soltos ao som
Dos acordes delirantes
da bela sinfonia.
Nos saltos cadenciados
Se olham, se buscam,
Mãos se entrelaçam
No jogo do querer,
Na ânsia única de realização,
No devaneio pelas possibilidades do prazer.
Tem um deslizar que inspira,
Juntamente com voltas articuladas,
Formando um bailado inconfundível.
Unindo-se no centro
Fluindo aos poucos
Para os lados,
num gingado abrasileirado.
Que requebra,
Num misto de samba e valsa vienence
Para deslumbrar quem vê
e ouve tão suaves movimentos.
Terminada a sinfonia
Para a música
Mas continua o eco dos acordes delirantes
Invadindo o recinto.
Por fim, o aplauso, o agradecimento.
Muitas flores atiradas sobre os dançarinos
e eles deslizam em volta delas.
E o parceiro num gesto findo
Junta uma das rosas, a vermelha!
E oferece com grande delicadeza a sua amada
Que leva, mais que depressa aos lábios
e a beija suavemente!!
bete cruz_26/12/2011